
Todo esse arcabouço
Essa mochila, um fardo pesado para minhas costas
Deixe-me só, com meus sonhos e pesadelos
Se levas bem esse fardo, por que deveria eu sustentá-lo
Vós sois pregadores de palavras estranhas
Sois arautos de uma morte e de várias mortes
Trazeis santos em vossas mentes
De uma religião estranha
Carregada, entranhada de sangue
No entanto dizeis, "paz, paz!"
Torcem a linguagem, chamam "amor"...
No entanto vossos santos, estão encharcados
De sangue, não de martírios
Pois sois santos às avessas
Arautos de igualdade, matais o diferente em nome dela
Dividis a história novamente
Em busca de uma utopia distópica
Avessa à beleza
Reformulais vosso discurso sempre
Sois os pregadores de horizontes mais belos
Do que aqueles que contemplamos
Pois para vós não basta a beleza do mundo
É preciso ser o não lugar, talvez o nada