14 de março de 2025

Debaixo do sol

Aflitiva vida
Que sempre quer mais de nós
Mais do nosso suor
Nos expreme a cada dia

Essa vida dos homens
Que não nos deixa contemplar as estrelas
Coloca sobre os pescoços nus
Um jugo de ferro

Olhamos o chão sempre
Com o coração apertado 
Prestes a desmaiar
Combalido de sofrimento

Não consegue nem ver
Quem são os feitores que o castiga
E permanece na marcha rumo à morte
Sem saber o que é viver

O pouco de ar que se toma,
É para voltar a ser submergido
Em torrentes de águas sujas

Só quero amar
E me libertar desse jugo
Que me força à vida
Sobrevivida.

8 de março de 2025

Velado

Quantas vezes quis agradar,
Mas fui mal compreendido.
Quantas vezes dei o melhor de mim
E, mesmo assim, não foi suficiente.

Então, hoje me calo
E falo no meu coração,
E espero que Deus ouça, 
E o meu pensamento seja uma oração.

De querer algo melhor para todos,
Para mim e àqueles que me rodeiam,
Porque tal vida é dificílima 
E cheia de percalços e mal entendidos.

É como vestir-se apropriadamente
Para uma festa que não exigia
Vestir-se assim.

E cobres a ti mesmo de receios,
Porque o humano não entende,
O que é demasiadamente humano.

Faz teu silêncio, então,
Compreendido, senão,
Esquecido em ti.

7 de março de 2025

Máscara de ferro

Toda vez é a mesma velha história Contada de novo Vivida novamente Meu coração abatido e cansado Com pouca força para amar

Vem uma onda forte E me leva em amargura Escumando em tristeza Minha solidão

Velha companheira Na minha cela escura Onde pouca claridade entra Para contar mais um dia Riscado na parede da minha alma

Quando sairei daqui Quando abrirão a minha máscara de ferro Pesada em minha cabeça E espírito

Quando respirarei novamente o ar puro Não me sufocando de novo e de novo Fecham-me em angústias E não consigo mais suportar essa prisão Tão sufocante