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"Tudo o que não é eterno, é eternamente inútil". C.S. Lewis
Quando alguém escreve coisas de sua alma expressando-as num papel, expressando-as num texto, se vê num espelho. Essa é a razão desse blog chamar-se Espelho de Tinta. Deixe um comentário seu e obrigado pela visita.
Tento compreender o que acontece dentro de mim.
Sempre um duelo, sempre uma luta sem fim,
Sempre algo novo a fazer.
Uma esperança e uma desesperança.
Quero sumir no primeiro navio que partir
E assim tentar vida nova,
Estou há tanto tempo distante do mar.
Onde está a voz do mar? Onde estão as vozes da natureza?
Todas se calam.
Todas de tão abafadas e sufocadas desaparecem na cidade grande.
Tudo é cinza e opaco,
Não há beleza.
Há o nojo. Há a ansiedade.
*
Todos nós, distantes do carinho necessário,
Todos nós imunes ao amor.
Por conseqüência, o que é belo passa diante dos nossos olhos
E simplesmente não notamos.
Sempre na clausura da escuridão
Sempre esse carrasco que me apunhala no peito
E a dor é intensa,
Sufoca. Presença de ausência
É sempre assim...
A imagem recorrente
Para lembrar sua prisão.
Como é esse mundo em que vivemos? Um mundo que se tornou de poucos privilegiados enquanto uma massa enorme vive opressa. Idosos em filas da previdência social, mães chegando em hospitais tendo de assistir a seus filhos sofrendo com algum problema de saúde e não poder fazer nada, a não ser esperar e esperar, indefinidamente.
As pessoas só podem estar cauterizadas em suas consciências, não é possível. Como um presidente de uma nação permite que seu povo sofra para ajudar a outro povo que não é de sua nacionalidade? O correto não seria primeiro arrumar a própria casa, ainda mais sendo essa casa pobre?
A cauterização da consciência só pode ser a resposta para a falta de empatia para com o próximo.
As pessoas morrem todos os dias ao nosso redor, e nós só pensamos em explorá-las, em ver no que elas podem ser úteis para nós, depois as descartamos como se fossem lixo. E há pessoas que não precisam mais ser descartadas, já vivem no próprio lixo.
Mas quem realmente se importa com o semelhante? Quem realmente atenta para o sofrimento alheio? Parece que a única coisa que temos alheio a nós mesmos somos nós. Pois que celebrem todos esses antolhos então. Sejam todos esporeados por seus egoísmos e morram sempre como velhos solitários.
Mas tudo isso será sempre bater na mesma tecla, não é mesmo?