E causa enjôo em quem a ouve
Me faço repugnante
Porque não consigo viver
Tão consoante ao que desejam
Na Terra suja em que piso
Atolei-me em um charco de lodo
E todo que quer me resgatar
Suja-se
Queria ser diferente
Disso em que me encontro
Tão fétido, tão agonizante,
Por homens que sujam toda beleza
Beleza de que me serviria
De inspiração para a escrita
Mas meus olhos sujos e escurecidos
Se perdem mais na sujeira
Da torpeza humana
Que parece sem fim.
Quem dera pudesse ver
Mas sou motivo de distância
Um enxotado leproso
De uma antiga vila
Sou amaldiçoado e praguejando
Mesmo pedindo socorro
A vila continua em seu marasmo
E eu só queria um acaso
E um ocaso
Para esse sentimento de repugnância
Em mim.