22 de outubro de 2008

De tudo que me machuca


Quero fechar meus olhos para não te ver.
Quero distanciar-te do meu coração para sempre.
Tu não tens culpa de nada;
Eu tenho culpa de ser o que sou.
*
Estou me sentindo vazio a cada dia,
Confuso toda manhã,
Meu futuro se torna nublado,
Não vejo nada,
Apenas a névoa em cada amanhecer.
*
Quero estar distante de ti
Para não entender o incompreensível.
Quero voar para longe
Onde ninguém me ache
Para me perder em mim mesmo.
*
Já não conto as gotas de chuva como chances
Como fazia na minha infância,
Hoje a chuva é fria
e molha meu corpo
inerte na rua.
*
Ouço meus passos,
Eles discutem coisas que não entendo.
Meu olhar se perde no vazio,
Vazio de mim,
Vazio da perda de mim mesmo.
*
Meus olhos sempre vagam o horizonte.
Buscando o quê?
Um sorriso brilha
E se esvanece tão fácil
Quanto o pôr do sol.
*
E assim a noite fria me abraça
Me acalentando com choro e solidão;
O que digo, não entendo.
Quero que meus olhos fujam
De tudo que até hoje me machucou.

***

Não tenha pena de quem não sabe se ajudar...
Tudo o que digo se perde na multidão das palavras
Como um menino que larga a mão de sua mãe, no centro da cidade