31 de dezembro de 2014

Sem título

No fim dos dias
O que sobrará?
Suas teorias amontoadas
Nos livros encaixados na sua estante?
O que fará você lembrar
De quem realmente foi?
Quantos abraços carregarás nos seus braços
Quantos sorrisos estampados
Nos quadros
Pendurados nas paredes da sua memória?
Quantos dias realmente felizes e repletos
Do amor que você tanto quis viver?
Teorias não vão te salvar?
Talvez apenas um sorriso
Que reluzirá todos os dias
Nessa sua noite tão escura.

Trapos

Minhas rimas pobres
São os únicos trapos que carrego comigo
Numa vida tão fria
Difícil de se aquecer
Não tirem de mim
Esses trapos
Preciso me aquecer
Acenda um fogo
Com toda lenha de nossos sonhos
Somos peregrinos de uma terra distante
Exilados em uma terra estranha
Não nos desejam aqui
Não desejam saber quem somos
Nem da nossa busca
Por isso repito
Não tirem de mim
Meus trapos
Minhas pobres rimas
Meus pobres sonhos
Com os quais tento me aquecer
Nessa fria vida

Sem título

Há dias em minha vida que não suporto a solidão
O cansaço que se abate em meus ombros
Clamo por aquele que me criou
Para que eu consiga atravessar mais um dia
Atravessar todos os desejos
Puros que me assediam de ansiedades
Sou um homem não um deus
Sou aquele que caminha
Que cruza ruas e vê rostos
Meus pés não sabem tão ao certo
Que caminhos são esses
Apenas caminho

3 de dezembro de 2014

Proibições

De hoje em diante
Tornou-se proibido apaixonar-se!
Tornou-se proibida
Aquela pequena e singela dor
Do lado esquerdo do peito.

De hoje em diante...
Fica terminantemente proibido
Que os olhos se encantem com um sorriso.
O colorido radiante do dia
Não é o que você tanto deseja.

É proibido! meu coração,
O pensar na ternura,
Que você tenha envolvimento com a beleza.

Ah coração...
Que lhe confronte a aspereza,
Tristezas e amarguras,
Que isso é para seu bem,
Para saber qual é o seu lugar.

Não tente relutar
Com sua obstinação e sua rebeldia
Em tantos devaneios!

Porém é com a vida que você sonha,
Com toda sua beleza...

Seu sonho é com sorrisos e olhares
Mais radiantes que a aurora.

Que farei com você?

5 de setembro de 2014

Imaginação

Imaginação

Eu queria escrever o que não sei sobre mim
O que eu não sei sobre o mundo
O que não sei sobre Deus
Apenas para me encontrar
Quero escrever pobre
Porque ninguém tem nada a ver com minha escrita
Minha vida tem ânsia de viver
De saber se guiar
De matar toda ansiedade
Todo pretenso saber que nada sabe

Eu sou aquele que não sabe
Aquele que não quer relógio de pulso
Aquele que nem se importa
Com contagens, somas, tolices criadas
Fantasmas criaram em minha mente
Fantasmas que não quis jamais conhecer

Deixe-me com meus castelos de areia
Deixe que o mar os destrua
Deixe que eu os torne a erguer
Afinal não sou grande
Sou pequeno em mim
Querendo apenas sonhar e construir um mundo
Que habita apenas dentro de mim

Não há razão
Há meu coração
Admiração
E só
O que é tudo

20 de junho de 2014

Dias frios


Dias frios


Quando os dias frios chegam e você sente calafrios em sua alma
O tempo anuncia uma chuva fria
Numa noite solitária
Seus olhos cansados apenas vão adiante dos seus pés
Pois você não consegue ver dias melhores
Há um frio tão gélido dentro de você
Uma vontade de fugir para os lugares mais altos
E apenas observar as estrelas
Estar bem longe daqui
Bem longe de você mesmo

Como se foge de si mesmo?
Como encontramos a calidez fraterna de um abraço
Que envolva-nos na ternura?
Será que queremos isso?
Será o que eu quero?
Busco a ternura, a calidez,
Mas quero me castigar
Nessa gelidez, solitário.
Que eu me apaixone por uma estrela fria
E tão solitária
No universo

O que tens solidão
Que me atrai nesse momento?
Solidão gélida em uma suja alma,
Um maltrapilho numa nevasca
Que não se acha digno de ser recebido
No aconchego de uma casa
Próximo a uma lareira.

***

Imagem retirada da Internet

14 de fevereiro de 2014

Porto seguro - 13/02/14 noite

Você ainda pensa em mim?
Vem aos teus olhos esse jovem
Que não sabe ao certo o que pensa
O que sente?

Que queria apenas te abraçar forte
E sentir o calor do teu corpo
Repousar a cabeça no seu ombro?

O que vem ao seu coração?
Seria ódio e raiva
Por aquilo que não sou.

Tenha em mente
Passaria a vida ao seu lado
Morreria em mim
Se morresses.

Talvez exagero no que digo
Lembra-te sou um homem perdido
Em um mar tempestuoso de solidão
E talvez meu porto seguro
Fosse teu abraço
E minha cabeça repousada no teu ombro.

13 de fevereiro de 2014

O vencedor leva tudo!

Quem ganha?

Estou me sentindo sozinho de novo
Depois que seu olhar me alegrou
Depois que nossas conversas me distraíram
E eu pude ficar alegre de novo

Só que essa felicidade foi apenas um relance
Uma coisa superficial
Que parecia partir do coração
Partiu?

Agora quem é que ganha
Quem perde
Quem sai com o coração sangrando
Doendo

Que remédio poderia curar uma dor assim
O que é o amor que causa essa dor
Sou um transeunte
Com uma alma em mim
Que não é minha

4 de janeiro de 2014

Disfarces e engano

Quem disse que ando preocupado com amor?
Quando ele já teve sua cota de lágrimas de mim

Se me força a amargura em meu espírito
Se me força a cada momento a desacreditar
Pra que isso?
Aparece do nada
E foge da minha vida em minha confusão
Que mestre dos disfarces tu és?
Que tipo de feitiço lanças sobre mim?
Para depois fazer me sentir
O cara mais fracassado do mundo
Eu não ligo o mínimo para o que pensam de mim
Quando só tenho vontade de sumir
De sentir a vida em minhas veias
Correndo no fluxo do meu sangue
Ainda que com total risco de vida
Mas o que ofereces é um vinho barato
Da pior espécie
És simulacro para um coração tantas vezes partido
De tanto se partir
Já não acredita que possa ser bem remendado
Por isso pode tirar tudo de mim
Não me importarei
----------
Noite de ficar pensando?

3 de janeiro de 2014

Tolos boêmios

Quem sabe dizer o que é a solidão
Que metáfora achar para ela
é um lugar árido
Um lugar frio
Estou me sentindo sem carinho
Sem amor
Estou precisando de ajuda
E emudeço
Minha rima se torna pobre
Tamanha miséria de solidão
Não estou reclamando
Apenas preciso de amor
Preciso sair daqui
Desse quarto
Preciso de uma noite estrelada
Olhar para o universo
Contar as estrelas cadentes
Não existe beleza na minha noite
Apenas luzes artificiais
Nos cegamos para o mundo
para as estrelas
Para as pessoas
Somos arrogantes detentores de títulos
Boêmios fracassados
Achando que cantam para a lua
Ou para o mar
A beleza que cantam
é uma caricatura mal feita
De algo que inventamos.