20 de outubro de 2022

Contorcendo-se

Meu coração se revira dentro de mim nessa madrugada, se pudesse arrancaria-o do peito. Seria mais razoável.
Mas ele se contorce, toda noite, antes de dormir.
Queria um amor, mas é a solidão minha que parece incomodá-lo, minhas dúvidas e incertezas. Nesse mundo que se contorce também.
Quero paz, quero ver a paz, quero ser pacificador, quem sabe assim, ele sossega um pouco e eu não venha a ter pena de mim mesmo, nesse estado.

8 de outubro de 2022

Fingindo



Eu me finjo poeta...
Mas não posso fingir assim tanto,

Já que outro poeta fingiu que era dor,

A dor que ele sentia...

Aqui é meu único canto,

Um escape do mundo.
E mesmo assim eu finjo fugir.

De um mundo que é encanto,
Desse não quero fugir,
Porque dois filósofos
Me disseram que era bom
O espanto.



7 de outubro de 2022

Mar da solidão

 07 de outubro de 2022

 

Foi você quem primeiro me deixou

Então, meu coração se apertou

Afogou-se no mar da solidão

Me apoiei em um pedaço de madeira

Para não me afogar por completo

Não houve quem de mim sentisse pena

Então fiquei só, no mar da solidão

A noite está muito escura, e esse mar é frio

Mas ainda vejo as estrelas

Vejo-as resplandecer

Na minha noite mais escura

Penso naqueles que, em momentos

De amor terno, escolheram para si estrelas

Para lembrar de um amor

Mas não tenho mais amor em mim

Só um coração apertado e triste

Pequenas esperanças

Que se esforçam aqui comigo

Para não se afogar

Não morrer de hipotermia

Nesse mar da solidão.