Para quem porventura visite
esse blog saiba, infelizmente tenho um transtorno de ansiedade. Todos esse doze
anos foram difíceis, quando soube a primeira vez que estava com TOC eu estava
ou a beira de um surto ou em surto. Pensamentos muito ruins passavam pela minha
mente, pensei que seria internado. O primeiro psiquiatra que me atendeu,
perguntou para mim se eu achava que precisava ser internado, eu de fato não
sabia. Olhando para trás, eu penso, não deveria ele saber? Mas o bom foi que
descobri a doença e comecei o tratamento. Fiquei quinze dias afastado do meu
trabalho.
No decorrer disso tudo, passei
no psiquiatra do convênio que conseguiu me tranquilizar um pouco mais, dizendo
que meu TOC era grave, mas não era o caso de internação e fez um prognóstico
bom, o que me deu certa esperança. Mas a realidade, segundo os médicos é que
TOC não tem cura, mas tratamento.
Começou com certos rituais de
verificação, antes do surto, quebrei duas maçanetas por tanto força-las, a de
um Pálio que eu tinha e a da casa. Nada de muito anormal não é mesmo? Não
busquei ajuda antes, apenas quando os pensamentos ruins e intrusivos me acometeram.
Esse diagnóstico foi proferido
entre o fim do mês de outubro de 2007 e o começo do mês de outubro de 2008, desde
então trato.
Trabalhei por muito tempo em
um arquivo, desde 1993, com 14 anos, até meus 35 anos, na véspera do meu aniversário
de 36 anos fui demitido deste trabalho, os motivos foram a crise de 2015 e
evidentemente minha doença, que causou uma insegurança na empresa se ela
poderia ficar comigo. É claro que não é preciso dizer com todas as letras que
todas essas situações podem ter agravado um pouco mais a ansiedade em
tratamento.
Tive que ir buscar a ajuda do
INSS, que cortara meu benefício forçando a empresa a me dar licença remunerada.
Acionei a justiça para receber auxílio doença, o que me ajudou a concluir a faculdade
de Filosofia que começara em 2012.
Hoje estou medicado e com
muita esperança que - mesmo após um novo corte do auxílio doença em janeiro deste ano - ao passar essa
pandemia irei começar a dar aula de Filosofia, se Deus quiser e esta for a
vontade dele para mim. Quero melhorar, precisar cada vez menos dos remédios,
pois não vim a este mundo doente e ainda que tenha fatores genéticos que possam
me predispor para a doença, acredito que possam ser superados pela fé que tenho
em Jesus Cristo, “não há mal que perdure”, fico com essa parte do ditado.
Quero ter bom ânimo em meio às
aflições dessa nossa época, desse nosso século.
25 de maio de 2020