3 de dezembro de 2016

Por nada

Por nada

Escrevo por nada
O nada, que não existe
Escrevo sem motivo
Para me sentir mais achado
Que perdido

Sou matéria na Terra
Que sente
Que cheira
Que toca
Que é tocado
Que ouve
Saboreia

Sou um tempo no espaço
Um espaço no tempo

Que haverá depois de mim?
Que faço eu nesse interim
De inexistência e existência?
Pois um dia não serei mais.
O esquecimento.

Mas ainda serei por um tempo
Nas lembranças de quem amei
E por quem fui amado

Escrevo por nada
Meus versos bailantes
Bailam só por alegria
Festejam a existência
Do fulgaz momento.

Numa dança simples e leve
Bailam meus versos
Ops, um passo errado
Um tropeço
Gargalhadas
E voltam  ao compasso