21 de abril de 2012

Caos na ordem

Caos na ordem

Sou muito feliz quando sou eu mesmo,
Muito feliz quando aceito todos os acasos,
Quando não tenho seguranças,
Posso viver sem medo do amanhã.

Sou sempre uma borboleta na vida,
Não existe nenhuma simetria no meu vôo,
Ele sempre é caótico.
Sou livre por que aceito que não controlo tudo,
Que tudo pode ser imprevisível,
E não prever nada é o que quero.

Nenhuma cobrança excessiva sobre mim.
Por que entendi que não sou,
Nem quero ser,
Perfeito.
Quero ser caótico,
E no caótico encontrar enfim minha ordem,
Que não é ordem simétrica,
É sempre assimétrica, cresce onde há luz do sol,
Espalha suas raízes pela terra,
Sempre na assimetria tão ordenada,
Viçosa, caótica, que apenas existe.

5 de abril de 2012

Arranha-céus


Tento compreender o que acontece dentro de mim.

Sempre um duelo, sempre uma luta sem fim,

Sempre algo novo a fazer.
Uma esperança e uma desesperança.

Quero sumir no primeiro navio que partir

E assim tentar vida nova,

Estou há tanto tempo distante do mar.

*

Onde está a voz do mar? Onde estão as vozes da natureza?
Todas se calam.
Todas de tão abafadas e sufocadas desaparecem na cidade grande.

Tudo é cinza e opaco,

Não há beleza.
Há o nojo. Há a ansiedade.
*
Todos nós, distantes do carinho necessário,
Todos nós imunes ao amor.
Por conseqüência, o que é belo passa diante dos nossos olhos

E simplesmente não notamos.

*

Sempre na clausura da escuridão

Sempre esse carrasco que me apunhala no peito

E a dor é intensa,

Sufoca. Presença de ausência

É sempre assim...
A imagem recorrente
Para lembrar sua prisão.