11 de maio de 2011

Náufragos da cidade grande

Não, ninguém sentirá o que sinto.

Ninguém verá as angústias que fluem como rio

E secam em amarguras.

Quem entende o quê? Onde? Quando?

Aí você vê a vida correndo,

Ela corre,

Nos ponteiros do relógio,

No fluir dos rios,

E tudo é tão igual como nos ponteiros.

*

Tudo é colocar-te longe de todos,

No juízo demasiado

De quem não entende nada.

Que quer a mudança que só um pouco de amor pode dar

*

Mas fica assim,

A solidão dominando todos os náufragos.

*

Todas as coisas mudaram,

E que sentido fazem?

Tudo deixou de ser como era antes.

Eu vi, mas não percebi,

Como um náufrago da cidade grande.

*

O que você lutou para ter nesse tempo

Que para alguém é tão simples

Não faz sentido agora

No naufrágio do tempo.