11 de maio de 2009

Mercado da vida


Eu sou alguém num mundo que se tornou desconhecido.
Tudo ao meu redor é artificial,
E busco uma saída que não encontro.
Tudo está devidamente embalado e pronto para ser exibido,
Nas prateleiras do grande mercado da vida.
As paredes são cinzas,
As lâmpadas querem imitar o luar,
E a vida é pouca, muito pouca,
E feita de porques e questões mal-respondidas,
De ódios encobertos em provocações tolas.

Há sempre um invólucro para todas coisas
E nada que nos resgate desse fosso de solidão que criamos.
Somos seres sem contatos querendo contato,
Mas estamos num invólucro muito difícil de abrir.

Não é meu desejo pregar um conhecimento que não possuo,
É meu desejo sim chorar.
Nenhum anjo torto me disse
Para ir ser gauche na vida,
Nada me disse nada.

Aprendi a enxergar um contato de carinho
Do qual a cada dia me distancio,
Fechado nessa embalagem
No mercado da vida.

Fechemos e tranquemos todas nossas casas,
Levantemos os vidros dos nossos carros,
Estejamos sentados atrás das mesas
Enquanto nosso terapeuta nos ouve.
Estejamos todos a nos confessar
Para as paredes,
Para as telas que nos separam.

Não há carinho, não há abrigo,
Não há cama, há cimento,
Há frio, encolham-se todos em seus pequenos mundos
Para procurarem se aquecer.

Nada vai satisfazer a fome que temos de justiça,
Nada vai satisfazer ninguém!
Por mais que se construam homenagens em bustos,
É o pó da terra que as conhecem bem.
Então todas as vidas que se separam,
São um canto de tristeza.

Há alegria na vida sim,
Mas há tristeza.
Dentro do concreto em que estamos
Criamos paraísos distante de nós.
E são poucos que usufruem do manjar dos deuses,
deuses também de pedra.
O homem tranformou a beleza da natureza
Em coisas inúteis,
Incompreensíveis.
Quando tudo se torna incompreensível
Você pode chegar à conclusão,
Que se perdeu em sua mente,
E que só uma coisa pode te resgatar,
Um carinho.
Por que nos distanciamos
Atrás de uma entidade que criamos?
Olhamos para o céu,
E esquecemos de dar carinho.
Somos invólucros bem lacrados,
Comercializados no mercado da vida que criamos.
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Imagem retirada de: http://colarfazbem.blogspot.com/2008/05/mercado-da-vida.html
Imagem de Aline Fonseca

10 de maio de 2009

A esperança do músico ... orfão, menino ...


Cada palavra que eu disse
Eu esconderei em meu coração
Disfarçarei cada uma
Como se nunca tivesse acontecido
Exatamente nada do que eu disse

Então pintarei um quadro
Um lago, eu e alguém
Sem rosto
Vai ficar ali
Até que um dia
As cores sequem
E cada vez se aproxime da realidade

Minhas lágrimas
Nenhuma foi em vão
Agora sei que tudo o que sonhei
Vai se tornar uma realidade
Sem fim

Meu coração saltará de alegria
Por que cada sonho de amor que sonhei
Se tornará uma realidade
Uma realidade feliz onde eu possa mais que ser feliz
Possa transformar tudo ao meu redor
Com a música que componho
Que não é minha
É de um professor
Meu amigo que me mudou
Que me mudará
Com a música ensinada
Para minha alma.