29 de setembro de 2010

Retrato de um tempo


Retrato de um tempo 25.09.2010

Hoje formulei milhares de questões na minha mente.
Na verdade, deveriam ser apenas uma dúzia, ou menos...
Mas sempre estou pensando na vida.
Sempre sei que há algo em mim
Que talvez sonhe o outro.

Sonhe o outro melhor?
Capaz de não ter rumo?
Talvez procurar pelo norte
Sem nenhuma referência?

Quem sou eu? O que faço aqui? Porque o universo é tão grande?
Por que não vôo para distante?
Por que me centro tanto em mim?
Talvez um pequeno príncipe solitário
Num asteróide.

Talvez um mendigo na rua
De olhos distantes.
Pessoas passam por minhas vistas,
Vultos!
Meus olhos estão longínquos,
Buscando no horizonte não um futuro,
Mas um passado que não volta mais.
Voltaria?

Uma mão de amigo
Que me ajudasse a viver algo novo.
Tão novo como minhas lembranças?
Quando fiz meus dias antigos
Enrugados?
Curvados?

E eu volto meus olhos
Para o desejo de felicidade,
O desejo da inocência e pureza eterna,
No outro,
Na curiosidade de uma criança.

A inocência se perdeu um dia,
Ela apenas se perdeu,
Sem nenhuma explicação plausível para isso.

E meu poema talvez não seja poema,
Seja uma tentativa,
Uma nova,
De perceber ao menos
O porquê de tudo isso.
E o não porquê,
Para voltar naquele dia,
Tal como um retrato,
Que me mantivesse preso naquele tempo,
Naqueles dias.

Um horizonte perdido.
Por que o acharia?
Por que minhas retinas procurariam por esse mundo?
Para perder a inocência de novo?
Prefiro chorar a perdida,
E me aquietar no fundo do meu coração.
Escondido no vazio,
E entender meu eu.

No fundo do meu coração
Eu sou apenas uma curiosidade infantil.
Não me perturbe mundo!
Ao menos
Não com o seu mal!
Faça-me ver o bem novamente.
Pois meus olhos estão perdidos
E o meu coração dói,
Não desejando mais sua presença...
Ao menos não do seu mal.