5 de abril de 2012

Arranha-céus


Tento compreender o que acontece dentro de mim.

Sempre um duelo, sempre uma luta sem fim,

Sempre algo novo a fazer.
Uma esperança e uma desesperança.

Quero sumir no primeiro navio que partir

E assim tentar vida nova,

Estou há tanto tempo distante do mar.

*

Onde está a voz do mar? Onde estão as vozes da natureza?
Todas se calam.
Todas de tão abafadas e sufocadas desaparecem na cidade grande.

Tudo é cinza e opaco,

Não há beleza.
Há o nojo. Há a ansiedade.
*
Todos nós, distantes do carinho necessário,
Todos nós imunes ao amor.
Por conseqüência, o que é belo passa diante dos nossos olhos

E simplesmente não notamos.

*

Sempre na clausura da escuridão

Sempre esse carrasco que me apunhala no peito

E a dor é intensa,

Sufoca. Presença de ausência

É sempre assim...
A imagem recorrente
Para lembrar sua prisão.

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