20 de janeiro de 2024

Insuficiente

Quanto coisa sufoco dentro de mim,
Quantas vezes me estrangulo,
Sempre o errado, sempre o que deixou a desejar,
Sempre insuficiente.

Se sou assim,
Uma fonte que não sacia, 
Por que me procuras?
Por que exigir de mim o que não posso dar?
Seria eu uma figueira estéril?
Amaldiçoe-me então,
Não me busques mais,
Não me chateie,
Deixa eu secar no meu canto.

Mas, se de alguma forma 
Sou algo diferente disso,
Se por um momento saciei a sede do sedento,
E dei um fruto a quem tinha fome,
Se eu falhar,
Cuide de mim, quem sabe isso pode acontecer de novo?
Mas não seja rude.
Decida,
Por que minhas raízes se esforçam,
Aonde não vês,
Para procurar os nutrientes,
Que não me destes.

E se te insatisfazes com a fonte,
Não a tape, não a manche,
Deixe sê-la ao menos 
A água a algum peixe.

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