7 de junho de 2007

Compaixão desnuda

Você não vê meus olhos
Se os vê, enxerga direito
Não sente meu coração
sempre partido, por um mundo desconexo
é assim que acontece

O mundo tece a dor
Com um esmero de se maravilhar
Há tanta confusão
Que não se acha um sentido
A não ser que você o ame

Uma dor sem sentido
Que não começou do início
Nem do meio
Começou deslocada
Dor deslocada e com vertigem

Procuro um sorriso
Um alívio da dor que permeia
como uma substância em água
E alastra-se
Tornando-a em fel

Bebida amarga o mundo oferece-te
e propõe um brinde
Brindemos a dor
A dor de estrondos
A camuflagem

Enquanto a compaixão desnuda
procura abrigo

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