14 de maio de 2016

Ocaso


Não acredito na felicidade
Acredito no asfalto duro da cidade
Onde desamparados deitam

Não acredito nas justiças sociais
De um homem egoísta

Não acredito nos homens
E nas mulheres
Que dizem lutar por algo melhor
Por seus semelhantes

Talvez acredite em suas vaidades
Suas vontades de não ver
Que a vida não lhes é favorável

Não reclame se sou duro
Mas não acredito mais na aurora
O ocaso é mais frequente que se imagina

Não acredito na felicidade
De beijos amorosos
Quando há tantos corações partidos

Sois falsos e não reconheceis
Vosso egoísmo

Haveria Deus que nos salve?
Haveria Deus que salvasse-nos
Do nosso egoísmo?

Queria acreditar na felicidade
Mas quanto mais tento acreditar nela
Me frustro

Sejais solidários com a dor
A dor que não se vê
Mas está em todo lugar

A dor e a morte
O luto
A fuga de tudo
Para a solidão

Que é a existência
Que luz nos ilude no céu estrelado

Minha alma se entristece
Deixai-me
Quero me aquecer nesse fogo
Esquecer de mim
Esquecer do mundo

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