25 de maio de 2020

Eu preciso (des)organizar minhas coisas


Para quem porventura visite esse blog saiba, infelizmente tenho um transtorno de ansiedade. Todos esse doze anos foram difíceis, quando soube a primeira vez que estava com TOC eu estava ou a beira de um surto ou em surto. Pensamentos muito ruins passavam pela minha mente, pensei que seria internado. O primeiro psiquiatra que me atendeu, perguntou para mim se eu achava que precisava ser internado, eu de fato não sabia. Olhando para trás, eu penso, não deveria ele saber? Mas o bom foi que descobri a doença e comecei o tratamento. Fiquei quinze dias afastado do meu trabalho. 

No decorrer disso tudo, passei no psiquiatra do convênio que conseguiu me tranquilizar um pouco mais, dizendo que meu TOC era grave, mas não era o caso de internação e fez um prognóstico bom, o que me deu certa esperança. Mas a realidade, segundo os médicos é que TOC não tem cura, mas tratamento.

Começou com certos rituais de verificação, antes do surto, quebrei duas maçanetas por tanto força-las, a de um Pálio que eu tinha e a da casa. Nada de muito anormal não é mesmo? Não busquei ajuda antes, apenas quando os pensamentos ruins e intrusivos me acometeram.

Esse diagnóstico foi proferido entre o fim do mês de outubro de 2007 e o começo do mês de outubro de 2008, desde então trato.

Trabalhei por muito tempo em um arquivo, desde 1993, com 14 anos, até meus 35 anos, na véspera do meu aniversário de 36 anos fui demitido deste trabalho, os motivos foram a crise de 2015 e evidentemente minha doença, que causou uma insegurança na empresa se ela poderia ficar comigo. É claro que não é preciso dizer com todas as letras que todas essas situações podem ter agravado um pouco mais a ansiedade em tratamento.
Tive que ir buscar a ajuda do INSS, que cortara meu benefício forçando a empresa a me dar licença remunerada. Acionei a justiça para receber auxílio doença, o que me ajudou a concluir a faculdade de Filosofia que começara em 2012.

Hoje estou medicado e com muita esperança que - mesmo após um novo corte do auxílio doença em janeiro deste ano - ao passar essa pandemia irei começar a dar aula de Filosofia, se Deus quiser e esta for a vontade dele para mim. Quero melhorar, precisar cada vez menos dos remédios, pois não vim a este mundo doente e ainda que tenha fatores genéticos que possam me predispor para a doença, acredito que possam ser superados pela fé que tenho em Jesus Cristo, “não há mal que perdure”, fico com essa parte do ditado.

Quero ter bom ânimo em meio às aflições dessa nossa época, desse nosso século.

25 de maio de 2020

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