24 de novembro de 2022

Uma ode dos cínicos (ou da covardia)

Qual catarse se perdeu para nos tornarmos tão cínicos? Cauterizaram nossa consciência e não nos demos conta disso? Envolveram nossos corações em carapaças tão duras que nem sequer a flecha de um cupido pode transpassá-las? Tornamo-nos insensíveis às cores da vida, vemos tudo embotado? Para que se importar então? Os sonhos foram sequestrados por ambições vis. Todos riem em um baile de máscaras, mas apenas porque têm máscaras.
Catarse intensa que nos transfigure, caindo as carapaças de nossos cinismos.
Que transfigurem minhas palavras.
Uma dor que não seja anestesiada para que tudo seja transfigurado em uma beleza primaveril e perene, então frutos virão no verão, no outono saberemos apreciar o marrom das folhas secas no chão, e por fim, no inverno, saberemos nos aquecer, para então fazer valer tal transfiguração, nosso amor será então selado de bravura e ternura, para perdurar, sem fingimento, mas repleto e pleno de alegria e paz.

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